terça-feira, 1 de setembro de 2015

Aqui na minha janela







Aqui na janela, fumando o meu cigarro
vejo alguém conhecido passando na frente
algo de bom que passou a bizarro
se tratando aqui d'alguém da minha gente

Passando aqui sem me cumprimentar
como se passa a frente de desconhecidos
baixando os olhos para poder ignorar
porque  tempo que passou os deixou convencidos

Esqueceram-se as pessoas que em tempos passados
gostavam de provar nas panelas dos outros
que lavamos lhes as roupas quando estavam cagados
sem por isso irmos pedir devolução os mortos

Assim se vai po caralho a educação recebida
preferindo assim bem cagar sobre a gente
mas aqui dentro a coisa...que não fica esquecida
é que Deus na grandeza, castiga sempre "o que mente"

Vitor Manuel Cadilha Gonçalves Vieira

o passarinho malvado



Em tempos cantava um passarinho
assobiava para contar sua beleza
sabia que estando mansinho
receberia algo bom com certeza

Quando o mesmo estava em gaiola
alguém o libertou sem ter pena
por não ter que ir pedir esmola
esse alguém o subiu lá na cena

Então ali revelou-se um bandido
traindo aquele que lhe esticou a mão
de mansinho se tornou convencido
e a bondade passou a ingratidão

Assim passarinho malvado
és capaz de levar com chumbeira
aconselho-te a ficar bem calado
antes que teu canto voa para ribenseira

Vitor Manuel Cadilha Gonçalves Vieira



quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

No cantinho reservado



Neste cantinho reservado
é na sombra da bananeira
que dor de barriga me tem levado
vim cá fazer esta caganeira

A dore e tanta e tão feroz
que me da tempo para escrever
e nada me serve falar a alta voz
porque ao sair ela faz se entender

E barulhanta e mal cheirosa
arrebenta em mi o meu olho sagrado
e esse cheiro que não cheira a rosa
deixa em mim um perfume imprenhado

Vou ter ao sair deste cantinho
de tomar banho e arejar
e não deixar traças do meu caminho
para que ninguém venha me acusar

Vítor Manuel Cadilha Gonçalves Vieira