quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

No cantinho reservado



Neste cantinho reservado
é na sombra da bananeira
que dor de barriga me tem levado
vim cá fazer esta caganeira

A dore e tanta e tão feroz
que me da tempo para escrever
e nada me serve falar a alta voz
porque ao sair ela faz se entender

E barulhanta e mal cheirosa
arrebenta em mi o meu olho sagrado
e esse cheiro que não cheira a rosa
deixa em mim um perfume imprenhado

Vou ter ao sair deste cantinho
de tomar banho e arejar
e não deixar traças do meu caminho
para que ninguém venha me acusar

Vítor Manuel Cadilha Gonçalves Vieira